quarta-feira, 15 de setembro de 2010

- Arigato! - parte 01 -

(sobrevoando os céus da Rússia e o dia clareando... ou seria noite?)




Quanto tempo, amigos... Estava começando a escrever esse texto quando tivemos que ir embora. Agora já estamos no Rio, respirando ares tranquilos, totalmente diferente do mês passado, quando rodamos feito loucos pelo globo terrestre... melhor irmos direto ao assunto... boa viagem!



Agora estou em Cruz Alta/RS, mas ontem estive em Santa Maria, e antes disso Porto Alegre, Nova Prata, Palmeira das Missões, Pelotas, Rio de Janeiro, Londres, Tokio, Nagoya e Toyohashi. Belo Horizonte, no bairro Concórdia, Brasília, Itabuna e Vitória da Conquista, essas em solo baiano e antes dessas, Divinópolis e Além Paraíba, em Minas e Vila Velha, no Espírito Santo.

A vida na estrada, sem endereço fixo, meio caótica, cujo rumo é incerto e vai se desenhando meio que com vida própria tem suas curvas...

É depois de uma sequência alucinante como essa, mais pela velocidade em que passamos por tais lugares do que pelas distâncias em si, que a gente percebe o quanto é legal fazer o que escolhemos fazer. Estar em contato com coisas tão diferentes nos leva a abrir a mente cada vez mais para a ideia de que a diversidade deveria ser encarada como um bem raro da nossa espécie e não motivo para mortes desnecessárias.

Em um dia você está em contato com pessoas que agem e pensam de uma forma, no dia seguinte esbarramos com seres que já têm outras prioridades, outros hábitos. Claro que existem necessidades, ideais e ideias universais, inerentes a todo mundo.


(Belo Horizonte/MG)


Um dia antes da banda partir pro Japão, fizemos um show em BH, numa promoção da Rádio Mix BH que furou o bloqueio da rede e realizou um belo evento, reunindo muita gente e com uma estrutura ótima. Foi um show gratuito no bairro Concórdia que teve adesão total da galera. Tocar de dia é diferente, estamos acostumados à noite, com as luzes fazendo parte do show, aproveitando as sombras como elemento cênico, etc e tal... de dia tudo isso desaparece e a comunicação com o público é mais imediata. O som estava foda, a banda estava bem disposta e não demorei nada pra entrar na viagem. Aumentei um pouco mais meus fones de ouvido e olhei pro lado e senti a mesma vibe na banda...






(tudo bem que limaram o Tchello e eu desse video, mas o audio está ótimo e é possível ver a nuvem de terra se formando...)


Trocamos uma ideia com a galera após o show e partimos pro Rio, ainda tínhamos que arrumar tudo, se possível sem esquecer de nada, para nossa segunda viagem ao Japão.

A internet foi onde tudo começou e mais uma vez entrou em ação. Recebi um tweet de uma pessoa que morava no Japão e era locutora de uma rádio, perguntando se eu toparia fazer uma entrevista por telefone ao vivo. Claro que topei, afinal, falamos com quem quer falar com a gente! *risos*
Numa sexta feira pela manhã, em abril desse ano, eu fui acordado pelo telefonema dela, a Pri, e o papo que seria de uma meia hora, no máximo, durou mais de uma hora. Estávamos ao vivo e conversando sobre tudo, enquanto que a galera no chat da rádio participava com comentários, perguntas, etc... Em um determinado momento ela me perguntou se tínhamos gostado do Japão, na primeira e única vez que tínhamos tocado lá, em 2006. Todo mundo sabe que a gente se amarrou nessa viagem. O Japão é um país incrível e ficamos com vontade de conhecer mais...
Falei a ela que gostaríamos de voltar, que os shows tinham sido incríveis, etc e tal... Ela comentou que havia o Dia do Brasil em Toyohashi e que iria sugerir o nosso nome para a festa desse ano, que seria no dia 5 de outubro. Ótimo! Seria lindo retornar após 4 anos e tocar numa grande festa para a comunidade brasileira e simpatizantes japoneses! Fiquei empolgado com a possibilidade e nos despedimos e começamos trocar tweets para continuar o papo...

Depois recebi um telefonema do Shiroma, que tocaria esse projeto de ter o Detonautas no Dia do Brasil em Toyohashi.
Conseguimos mais uma apresentação em Hamamatsu, só que dessa vez numa casa nova e a coisa foi se encaminhando bem, com todo mundo tentando adequar suas necessidades em prol desses shows, para que tudo saísse perfeitamente bem. Bingo!
Tudo confirmado, acertado e programado. Passaportes, vistos, documentos, papéis, dinheiro, cartões, seguros... tudo em mãos. Era só esperar o dia 30/09 chegar e partir para lá...
Entre abril e outubro fizemos dezenas de shows ótimos, esse ano de 2010 tem sido excelente para o Detonautas e a proximidade da viagem começava a agir na galera. Como seria dessa vez?





Mal chegamos de BH e nos reencontramos no aeroporto, horas depois. A maioria com roupas confortáveis e com sorrisos nos rostos, apesar de cansados. Seria uma ótima oportunidade, para quem consegue dormir sentado, de repor as energias. Alguns falam sempre em tomar algum remédio, outros em ver todos os filmes possíveis e capotar de sono, alguns falam em dormir assim que entram no avião...
No final das contas entramos numa área reservada da TAM para aproveitar algumas vantagens do local. Estávamos viajando em um grupo de 10 pessoas e nosso produtor Daltinho teve que desenrolar bastante para conseguir nossa entrada na tal área VIP. Alguns tinham tentado antes sem sucesso, mas o dr. Lábia Forte conseguiu mais uma vez...
Acabou que ninguém precisou de remédios para dormir. Lá dentro havia umas bebidas interessantes para quem viajaria mais de 24 horas até o outro lado do mundo.
Começamos brindando com uma dose de whiskey. Logo depois uns já beberam um vinhozinho... preferi ficar só no whiskey e confesso que bebi alguns daqueles shots... o copinho é pequeno, você acha que tem pouco...
Uma hora depois estávamos um pouco mais barulhentos do que o adequado ao local e finalmente nosso vôo foi anunciado.
Partimos para lá e aproveitei para comprar um travesseiro daqueles que envolvem o pescoço, uma atitude que se mostrou esperta da minha parte horas depois. Mais uns 5 compraram também esse acessório salvador...
Quando dei por mim já estávamos em pleno vôo. Tico bem na minha frente, outros mais lá na frente, mas todo mundo perto. Ele não perdeu tempo e pediu outro whiskey e resolvi acompanhá-lo. Logo veio o rango e mais outra dose para acompanhar. Pronto. Estava mais do que pronto para dormir...
Ainda consegui ver um filme, que já não me lembro qual, e apaguei.
Horas depois acordei e vi que já havíamos saído do nosso território, estávamos cruzando o atlântico rumo a Paris, nossa primeira escala. Recheei meu telefone com vídeos e discos e assisti a vários clipes maneiros para matar o tempo...
A viagem é longa e cansativa, mas na ida tudo é mais relax, afinal, estamos cheios de ansiedade e energia. Correu tudo muito bem e chegamos em Paris com o horário apertado para pegarmos a conexão rumo a Tokio. Só pude botar o pé na rua, ver um ônibus francês e voltar para o embarque. Nem preciso dizer que a viagem inteira com um grupo de 10 caras é entrecortada por piadas, risadas e histórias malucas. Fiquei fissurado para conhecer Paris, a vista de cima na chegada do avião é linda e tenho certeza que um dia irei com calma...

(DRC no aeroporto Charles de Gaulle - Paris)


Pegamos a conexão para Tokio e viajamos a bordo da ANA (All Niponic Airlines), que nos atendeu muito bem. Outra etapa de mais 12,13 horas de viagem...
Vi outros filmes, li, levantei o tempo todo e tentei matar o tempo da melhor forma.
O jet leg começa a te pegar e a noção de tempo fica meio torta, afinal, estamos indo em direção ao futuro, andando bem mais rápido do que a rotação da Terra. A chegada em Tokio foi comemorada e o cansaço já abatia alguns. Chega uma hora que a comida do avião não desce mais! *risos*


Tínhamos que retirar todo o equipamento e reembarcar num vôo para Nagoya. A retirarmos as bagagens o Tico se deu conta que sua mala havia sido rasgada, mesmo com aquele plástico protetor que se coloca no aeroporto. Ele levou ao balcão da cia. aérea que imediatamente trocou por outra mala zerinho em folha. Começávamos a sentir o choque cultural. Em todos os trechos fomos bem atendidos, a equipe de aeromoças da TAM nos recebeu muito bem, como é de costume. As japonesas sorriem o tempo todo e o hábito lá é realmente que o cliente tem razão sempre. Aqui no Brasil talvez ele tivesse que fazer uma ocorrência, esperar alguns meses e quem sabe receber uma grana pra comprar uma mala nova. Lá foi na hora, no ato. Palmas para eles!
Só assim mesmo pro Tico trocar aquela mala surrada dele! *risos*

Seguimos para Nagoya sem antes comer um macarrão animal no aeroporto, em pé mesmo, ali no saguão de embarque. Estávamos lidando com valores monetários diferentes dos nossos, da ordem dos milhares de ienes. 500 reais são mais ou menos 20 mil ienes, um macarrão daqueles deve ter sido uns mil e poucos ienes. E o tempo todo alguém fazia conversões para real e dólar...

(Só faltou o Fabinho na foto. Geral enchendo o pote na área reservada da TAM...)

(Conexão Tokyo/Nagoya)

(Macarrão salvador no aeroporto de Tokyo)

Depois do rango achamos umas cadeiras que faziam aquela massagem de 10 minutos com apenas algumas moedinhas... resolvemos experimentar e depois de horas de avião essa massagem se mostrou deveras útil!
Ela prende a gente pelas canelas e aperta pontos nas nossas costas, nuca, pernas, etc... botei um Bob Marley no fone e relaxei...
Embarcamos para o último trecho aéreo e finalmente chegamos a Nagoya, onde a galera da Radio Nikkey nos esperava. Pri, Shiromal, Silvio, Maradona e uma galera maneira e animada. Algumas fotos ali mesmo, muitos sorrisos e partimos para Toyohashi que fica a mais ou menos uma hora de Nagoya. Ventava, mas fazia calor e estávamos loucos para tomar um banho antes de qualquer coisa. Check in feito, banho tomado e era hora de comer alguma coisa. Fomos a um Deny's próximo dali e comemos muito bem, uns acompanhados de chopp bem gelado, outros de refri ou alguma outra bebida. Comi uma carne bacana, acompanhada de milho, o arroz japonês e umas batatas. Ótima pedida para recompor as forças...
Voltamos e dormimos, sem antes combinarmos o horário de saída do dia seguinte, que seria bem cedo. Todos queriam voltar a Nagoya e aproveitar o day off por lá e por Nagashima, local de um parque de diversões animal.
Achamos uma loja de instrumentos em Nagoya e não teve jeito de não sair de lá com uma guitarra. O preço muito convidativo e uma Gibson 335 toda preta entrou para meu pequeno arsenal. Aqui no Brasil essa guitarra custa 3 vezes mais, em média. Como havia levado apenas uma guitarra para a viagem, essa ficou já como stand by caso necessário. Rodamos muito por Nagoya e passamos em lugares onde já havíamos estado da outra vez e aquela sensação de deja vu foi inevitável.



Lindas paisagens no meio da cidade. A mistura do moderno com a tradição milenar está presente o tempo todo em Nagoya. Toyohashi é uma cidade menor, mas com uma atividade muito grande, bastante desenvolvida. Não há lixo nem latas de lixo nas ruas. Não existe gari simplesmente porque não há lixo. A coleta é feita sem que a gente perceba a movimentação. Muitas bicicletas circulando o tempo todo e pegamos um calor de quase 40 graus, o verão mais quente dos últimos 100 anos. Máquinas de bebidas aparecem em cada esquina e é proibido fumar nas ruas, mas dentro dos estabelecimentos é permitido. Ao contrário daqui. Em Tokyo você pode ser multado por estar fumando ao ar livre. Mas fui almoçar em Toyohashi e um grupo de executivos fumava sem parar. Tatuagens em alguns lugares precisam ser cobertas. O Phil foi jogar em um subsolo de diversões eletrônicas e teve que cobrir os braços. No parque em Nagashima, a parte aquática não podia ser usada por pessoas tatuadas. Cada um com seus costumes. Eles têm uma associação forte da tatuagem com a Yakuza, a máfia japonesa, que é formada por várias famílias. Portanto, melhor respeitar, ainda mais estando tão longe de casa.


(Tchello e a placa vetando o acesso aos tatuados...)


De Nagoya fomos ao parque de Nagashima, com uma das montanhas russas mais altas do mundo. Eu, como adoro essas paradas, fiquei pilhadaço de ir. Alguns já refugavam a ideia, outros foram convencidos... DJ e Daltinho sumiram e nem sequer entraram no parque. O tempo estava curto então fomos nas principais montanhas russas. Os videos já estão na internet e quem ainda não viu eu mostro novamente:








(Muita onda essa queda... o pior de tudo é a subida. Pelo menos para mim...)

( Galera na foto com o Maradona. Sem risos, por favor.)

(Phil tentando a sorte...*risos*)


De lá terminamos o dia num Outlet Shopping maneiro e todo mundo aproveitou para levar uns presentes para a família. Voltamos para o hotel e após um breve descanso e aquele banho, partimos para a Radio Nikkey, onde faríamos uma entrevista ao vivo, depois de 5 meses daquele primeiro contato via twitter, com a Pri. Creio que muitos de vocês acompanharam a entrevista ao vivo, alguns ouviram depois, no site do Vini (http://detonautasmultimidia.blogspot.com) . Destaque para o Tchello esculachando no japonês, após uma aula relâmpago com a Pri. Depois atendemos parte da imprensa, para entrevistas e fotos e fomos muito bem recebidos por todos! Era possível perceber a ansiedade no ar, todo mundo querendo saber como seria o setlist, o show, etc...
E de nossa parte a ansiedade era a mesma. Será que seria tão bom ou melhor do que da outra vez, em 2006? A expectativa de público para o show em Toyohashi era de 30, 40 mil pessoas, um número muito superior ao das casas menores que fizemos. Que fique claro que nem sempre quantidade significa qualidade, mas era de se esperar que uma multidão fosse participar conosco desse dia especial.

(Entrevista na Radio Nikkey, com o Tchello comandando o chat.)

(Galera da rádio após a entrevista... só sorrisos!)


Depois da rádio fomos à pizzaria brasileira e nos esbaldamos de comer um belo rodízio de pizzas... alguém deve ter visto as tuitadas em tempo real de lá...

Estávamos voltando para o hotel quando avistamos uma movimentação estranha, vários carros dos bombeiros, gente circulando e resolvemos parar para ver o que se passava. Parecia haver algum tipo de incêndio, mas não vimos uma fumaça sequer. Ou eles já haviam controlado a situação, ou o praxe deles é esse mesmo, força total em qualquer ocorrência. O engraçado é que a rua que estava com acesso interditado era justamente cheia de inferninhos e muitas mulheres circulavam. Víamos muitas filipinas, mas havia gente de outras nacionalidades também. Ficamos ali por uma meia hora e voltamos pro hotel. O curioso foi ver a quantidade de voluntários em ação ali, organizando o trânsito, etc... lá é muito comum esse tipo de coisa, a pessoa se inscreve como voluntária, recebe treinamento e é acionada quando necessário. E não ganha um centavo para isso. A preocupação com o coletivo lá é anos luz na nossa frente...

(Equipe de bombeiros todos a caráter em Toyohashi... e não vimos uma fumacinha sequer!)


No dia seguinte combinamos de ir a Tokio, praticamente ninguém conhecia a cidade, apenas eu e Tchello conseguimos dar um vôo lá em 2006, virando a noite para poder conhecer um pouco dessa megalópole. Escolhemos o trem bala para uma viagem tranquila e confortável, além de mais rápida. Teríamos pouco tempo para ficar lá e ainda faríamos umas matérias para a globo internacional, correria total. Mal chegamos lá e saímos da estação, nos deparamos com uma mega loja com vários andares, um só para tvs e afins, outro para computadores e periféricos, outro para filmadoras e câmeras e assim a loja ia subindo, subindo... Peguei um HD externo maneiro para os arquivos DRC e comprei uma filmadora pequenininha para registrar o restante da viagem. Junto com a guitarra, essas foram minhas aquisições no Japão e gastaria de 3 a 4 vezes mais aqui no Brasil para comprar as mesmas coisas... valeu pela oportunidade.

Novamente circulando por Tokio esbarramos com o George Israel. Até brincamos que o Tico e o George estão para se encontrar no Rio há tempos, mas nunca conseguem e foram justamente se encontrar ao acaso em Tokio... com 30 milhões de pessoas. Parece um formigueiro humano, tanto pela quantidade de gente quanto pela organização.
Fizemos a entrevista, eu, DJ e Tico, mais o George, e comentamos sobre os eventos que aconteceriam no dia seguinte, a experiência de se viajar para tão longe e a sensação de saber que tudo isso aconteceu por causa da nossa música...


(Geral na estação, aguardando o Shinkasen, aliás, o trem bala rumo a Tokio...)

(A quadrilha toda circulando no metrô...)


(3 DRCs e George Israel posando para fotos na megalópole japonesa...)


Logo no início do passeio a galera se separou, cada um indo para um lado, geralmente em grupos menores de 2 ou 3 pessoas. Tínhamos a companhia do Silvio, do Maradona e da Margareth, sua esposa e como eles falam japonês, ninguém ficou vendido por lá. Acabei me separando de todo mundo e quando desci da mega loja encontrei Daltinho perdido por lá, andando sem direção. Ele me disse que Tico, Tchello e mais alguns haviam ido a Harajuku, o bairro da moda em Tokio. Avisei que queria ir, mas ninguém me esperou, então, convoquei o Daltinho para irmos mesmo assim. Pegamos o metrô numa linha circular que nos deixaria lá em uns 15 minutos. Tudo certo, sem erro, e mal chegamos lá encontramos os caras. Eles haviam chegado um pouco antes de nós e pude dar um rolezinho muito maneiro naquela rua... cada figura!!! Eles são muito lá na frente nesse quesito também. Se vestem e circulam como bem entendem e ninguém fala nada, nem olha, nem nada. Muitas mulheres circulando com bolsas e mais bolsas. Saí da rua com mais algumas camisas de rock para minha coleção... O preço? Trouxe 4, por uns 50 reais. Baratinho e maneiro!

De lá voltamos para o ponto de encontro, bem na estação do metrô e enquanto alguns ainda demoravam, a gente preferiu esperar lá dentro, fomos comer alguma coisa numa padaria, se é que podemos chamar de padaria... Fazia um calor absurdo e achei uma saída do ar condicionado e fiquei por ali mesmo, enquanto esperávamos os caras. Tico e Tchello sentaram num canto lá e ficamos observando o movimento quando do nada surgiu um mendigo, sim, um mendigo japonês, o único que vimos até hoje lá, e veio em nossa direção fazendo um sinal com a mão dando a entender que queria uma moeda. O mal cheio era sinistro, não sei descrever em palavras. Demos umas moedas a ele e como estava com a câmera na mão, mirei e tirei uma foto do jeito que deu. Ele olhou para mim, veio em minha direção e deu um riso meio escondido e falou alguma coisa que jamais saberei o que é. Tentou me dar um esbarrão, ou um golpe de karatê, ou, como disseram Tico e Tchello, uma patolada. Como sou rápido e safo, esquivei a tempo!

(Detalhe para as unhas do figura... dêem um zoom aí só...)
O cara deu meia volta e sumiu. A gente ria pra cacete. Depois Tchello e Daltinho ficaram bem na saída da escada rolando cumprimentando todo mundo que descia. Pena que poucas pessoas desceram ali naqueles minutos, teríamos dado altas gargalhadas se o movimento daquela área estivesse mais intenso.

Encontramos a galera mais a frente e partimos de volta para Toyohashi.
Pegamos um belo fim de tarde na volta e troquei a maior ideia com um japa que morava em Boston e que adorava música. Ele voltou ao Japão recentemente e trabalha com traduções e afins... Fico me perguntando o que ele achou do cd da gente...

Chegamos na estação em Toyohashi e juntamos a galera ali mesmo para fazer uma foto da banda... essa aqui, ó:



(Cansados, mas felizes...)


Voltamos para o hotel e não me recordo exatamente, acho que dormimos até o dia seguinte. Posso estar trocando a ordem de alguns fatos, mas no geral, foi mais ou menos como descrevo nesse texto, que já deve estar mais longo do que qualquer outro que já tenha escrito aqui nesse blog.

Vamos combinar o seguinte? Vou deixar para o próximo para contar como foram os shows em Hamamatsu e Toyohashi. Claro que muita coisa já pode ser vista no YouTube, mas aqui é a minha impressão das coisas. Combinado?
Tempo é que não faltará, afinal, estamos meio que de "férias", enquanto nosso querido vocalista está em regime fechado lá na Fazenda. Tenho tentado acompanhar o máximo que posso, não tenho tanta experiência nesse tipo de programa, mas creio que ele está indo bem e mostrando a muita gente que não adianta a gente julgar alguém apenas pela sua aparência. Apostavam que ele seria um possível novo Theo Becker. Eu discordo totalmente. Mas fica mais fácil para eu pensar assim, afinal, convivo com o cara há 13 anos.
E alguns acham que ele não devia ter entrado. Respeito a opinião, mas a escolha foi dele e que ele seja vitorioso em mais esse desafio. Alguns comentários maliciosos sugerem que a banda está indo mal das pernas, por isso ele resolveu entrar. Ledo engano, estamos mais fortes do que nunca, fazendo muitos shows e já compondo músicas novas para nosso sexto cd. Ele sabe o que faz, fiquem tranquilos. O Detonautas segue com força total.

Estou aproveitando para ficar com minha família, rever amigos, parentes, cuidar de mim, estudar, ler e fazer aquelas pequenas coisas que a gente sempre deixa pra um dia tranquilo. Ah, e tocando minha guitarra...


Grande abraço e seguimos juntos!!!
Esse relato continua no próximo post, ok?

VIVA O ROCK!!!!!!!!


-R.R-

7 Comentários:

Anonymous Laine Bento disse...

Me emocionei, ri, chorei, fiquei brava, ri denovo, chorei, o coração apertou, senti saudade, senti trsiteza, senti orgulho, fiquei chateada, senti orgulho denovo, senti vontade de chorar, chorei de alegri, ri até a barriga doer e foram muitos mais sentimentos, sensações e emoções que senti lendo esse post tanto que não sabia o que comentar, mas o que dizer senão estarei aqui por vocês sempre, Detonanutas tem um significado único na minha vida e isso é coisa que a gente guarda no coração, pra vida!!! Obrigada Nato por compartilhar conosco tudo isso... bjo

4 de outubro de 2010 às 18:24  
Anonymous Driii disse...

Esperei ansiosa por esse seu relato rs afinal uma viagem ao Japão merece ser bem descrita né? E até aqui foi ótimo Nato!
Adorei a foto do Parque Municipal aqui de BH segunda vez q vc tira uma foto de lá e ficou mais linda ainda, as do Japão tbm estão demais fico encantada com a arquitetura desse lugar.
Os vídeos da Montanha Russa estão sensacionais mta adrenalina! Confesso q eu não sei se encararia isso tudo.
Que doideira esse lance do mendigo hein? cada figura...
Comento mais no próximo pq se não fica grande pacas haha e não se acanhe escreva meeesmo a galera quer saber!
Bjus Querido ;)

4 de outubro de 2010 às 21:47  
Blogger Pri Kiguti disse...

Ai Renato...
Não sei se meu coração aguenta ainda tanta emoção...
Relembrar esses dias tem sido o que mais faço, mas ainda não consegui escrever no meu blog e nem um e-mail, mas tudo tem uma explicação...
Logo faço também o meu relato, mas esse seu aqui está beirando a perfeição! Palavras de quem realmente viveu cada minuto e não deixou passar nenhuma boa oportunidade...
Espero pelo próximo capítulo e continuo sonhando com a volta do DRC daqui um temp...inho!
Uma beijoka nipônica pra vc!
^^

5 de outubro de 2010 às 08:48  
Anonymous Juliane Ribeiro disse...

Aii Natto pireiii nessa montanha russa meuuu mto legall..é mto bom ver a felicidade de vcs.
E com certeza vcs irão pra mtos outros lugaress, pq a musica de vcs é Maravilhosaa..to mto orgulhosa de a 7 anos ser fã do D.R.C.
Natto não esquece desse blog continue postando, mandando noticias.
Bjssss.
=]

7 de outubro de 2010 às 20:40  
Anonymous Inamara Gradilone disse...

Levei exatos 30 minutos para "ir" do RJ a BH, voltar para o RJ e depois para o Japão, e passear muito por lá!! Agora quero "assistir" aos shows!! rs
Nato, vc é fantástico escrevendo...descrevendo. A gente tem realmente a sensação de estar com vocês por todos os lugares!!
You are a very special human....nem sei o que dizer mais pra vc...a não ser, nesse instante....Volta logo a escrever!! Beeeiiijooosss

10 de outubro de 2010 às 04:28  
Blogger Eliane R. disse...

Confesso que li em doses homeopáticas.

Para fazer um comentário a altura, teria que escrever tanto que acabaria levando o leitor ao tédio supremo pois não sei me expressar tão bem pela escrita como você faz aqui.

Tantos lugares, tantos assuntos, tantas descrições.
Agradeço a riqueza dos detalhes... mais uma vez viajei para esses lugares através das suas palavras.

Seu blog me faz lembrar de uma frase de Rubem Alves:
"Um livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar."

Esperando a parte 2 para brincar mais um pouco!

14 de outubro de 2010 às 01:02  
Anonymous Anônimo disse...

e ae renato, gostei mto do post. Sou fãn de vcs (alias, fui no ultimo show aqui em sp, mto maneiro)
se tiver tempo, gostaria de saber mais sobre suas guitarras, pedais, violões e afins, afinal, seu set, suas afinações nas musicas...
eu toco tbm, acho que seria legal fazer um post para os outros guitarristas,
abraçooo.
Pedro Ganemian

5 de dezembro de 2010 às 02:42  

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Rock and roll!!!

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